segunda-feira, janeiro 30, 2006

Campanha: onde está Sueli - o amor de Bigode?

Postado por Elisandro Borges

Este é o Bigode. Não me perguntem o nome completo ou real dele que não vai ser possível resposta alguma. É o seguinte, esta é a campanha “Onde está Sueli – o amor de Bigode?”. Bigode trabalha como guardador de carros em frente à livraria chamada Argumento. Creio que seja no Rio de Janeiro. Li essa matéria no site do fantástico e vou aderir à idéia do então colunista Alberto Villas. Senhores brasileiros e senhoras brasileiras, façam como o próprio colunista bradou em suas linhas: “Brasileiros, uni-vos! Vamos colocar a sua fotografia nos coletivos, nos táxis, nas estações rodoviárias, nos aeroportos, no horário nobre da televisão”.

É verdade, façamos pelo outro o que gostaríamos que fizessem por nós. Sueli, onde está você, querida? Apareça! Mostre sua cara para o mundo, ou simplesmente não mostre, mas vá ao encontro de Bigode – o cara que te ama tanto e infelizmente de uma forma ou de outra a deixou escapar por entre os dedos do destino. Sueli, apareça! Onde quer que você esteja, seja em Tupanci do Sul ou Uiramuta, São Miguel do Guaporé ou Riachão do Dantas; não importa onde, mas que apareça! Um homem que ama não é qualquer homem, é alguém muito especial por sinal! Se o Brasil agradece, imagina o que faria Bigode? Boa sorte Bigode!

Ouça em alto e bom som: The Devlins - Where Are You Tonight
Post saído do forno à 01:55am

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quinta-feira, janeiro 26, 2006

Todo mundo tem um mundo

Postado por Elisandro Borges

Todo o mundo tem um mundo. Cada mundo gira em torno de outros mundos ou de seu próprio. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Não confundam, entendem? Ser feliz é ser feliz com o que se pode ser. É tão bom ser feliz com o que se pode ser. Seria sábio demais se soubéssemos toda a verdade. Verdadeiramente falando, acho que não existe a verdade única. Tem horas em que a imaginação é quase tão real quanto o toque. Mas imaginação nenhuma pode substituir o mesmo, a sensação real, palpável e urgente do contato da pele. Pessoas são pessoas de fato quando elas podem ser tocadas, não só de fora pra dentro, e sim por completo.

Pessoas são simbólicas, pedantes, simples ou eternas. Elas são fagulhas, fragrâncias, éter, brutalidade, arrogância, memórias vivas; claras, opacas, interessantes, flácidas, volúveis e incríveis. São malhadas, mirradas, plácidas ou agitadas. Elas carregam o código genético dentro de si. Dentro de si elas encontram-se ou perdem-se desesperadamente sem noção de onde pisar. Elas estragam, explodem e constroem. Vivem aprendendo os mesmos erros esquecendo dos acertos.

Fácil entender, difícil explicar o quanto é fácil. Por elas somos nós, e temos sido elas por nós quando em segundos não somos nada sem elas. Queria lembrar sempre do que existe, assim, disponível a todos. Fazer paz ou sexo, embriagar ou silenciar em oração. Queremos mais, desde que possamos ser mais gente, com a gente mesmo, com nós mesmos, e com alguém tão interessante quanto o nosso próprio umbigo.


Ouça em alto e bom som: Johann Sebastian Bach - Cello Suite n.1
Post saído do forno às 06:50am

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domingo, janeiro 15, 2006

Fantasmas

Postado por Elisandro Borges

Foda! Sabe, eu não desejo isso pra ninguém. Ontem de madrugada (sexta-feira 13 pro dia 14) resolvi fazer um lanche como sempre. Quando às exatas 04:40am percebo a luz do meu quarto apagando sozinha. Gelei dos pés à cabeça e tentei ficar calmo, tentei imaginar que a luz tivesse queimado. Criei coragem e fui até o quarto e tive a desagradável surpresa de ver que a luz estava funcionando normalmente. Pronto. Era só o susto que eu precisava pra constatar que tive contato com um espírito ou qualquer coisa parecida que desconheço. Só a xucrutz pra me salvar mesmo. Realmente me senti como uma criança assustada, morrendo de medo de fantasmas, espíritos ou coisa semelhante de um mundo ainda não explorado por essa pessoa aqui. Por incrível que pareça, era sexta-feira 13 pra 14, o que é aniversário do meu pai também no dia 14. Coincidência ou não, eu vi, vi com meus próprios olhos e fiquei chocado, com medo, isso, medo. Mas o dia amanheceu e tô aqui de volta, mais vivo do que nunca! Amém. Ai, ai, ai, só faltava essa, é brincadeira, só pode. Abaixaram o volume do meu som. É sério. Eu não tô ficando doido. Não é possível. Acho que tô me acostumando com esses fantasmas. Será que é uma fantasma? Fazer o que, né?

Ouça em alto e bom som: Iron & Wine - Cinders And Smoke
Post saído do forno às 06:14am

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sábado, janeiro 07, 2006

Bem-vindos à muamba e afins

Postado por Elisandro Borges

Cadê o sol? Olhei pra trás e ainda tava escuro. Não, na verdade era a janela. Foi só abrir a porta que era visível o azul bem mais claro, o oposto da noite. Tá lá a cidade, as pessoas empilhadas umas em cima das outras em seus compactos apertamentos. Dizem que esses prédios arranham o céu. Parece que é verdade, olha só o tanto de marca que ficou nele. São 6:30 da manhã – que horário mais lindo! Todo o mundo fica mais bonito de olhos fechados e em silêncio nessa hora. Só dá pra ouvir os ônibus circulando, esses sim; são como galos, começam às cinco. O frio da manhã fresca é tão limpo, que só pode ter sido purificado mesmo, dá até vontade de beber o vento que desliza no rosto. Chega, tentei ser poético, mas não vai dar não. Vamos ao que interessa: fazer um singelo comentário dos trabalhadores, dos muambeiros, dos sobreviventes e por que não dos talentos duvidosos?

Não sei por que, mas como morador do centrão há 20 anos, muitos desses centros lembram qualquer coisa dantesca por falta de outro vocabulário mais adequado. Onde há muamba, sempre existe uma muvuca, um aglomerado de pessoas se esbarrando umas nas outras, mães arrastando os pequenos-grandes-fedelhos berrando pelo brinquedinho eletrônico quase que o triplo do salário da própria; camelôs vendendo cds do “O Rappa” a um real e gritando ao mesmo tempo: “olha o raaaapa!” – é neguim correndo com caixa de papelão na mão, atropelando tudo... fazendo aquela farova pra fugir do fiscal. É o carro da pamonha com seu super merchandising: “olha a pamonha, olha a pamonha! Pamonha de sal, pamonha de doce, pamonha à moda, pamonha para todos os gostos, aqui, no carro de som”. Só falta agora aparecer o carro da maconha: “olha a maconha, olha a maconha; maconha prensada, maconha enrolada, maconha de menta, maconha para todos os gostos! Aqui, no carro de som”. É vendedor ambulante com a mão abarrotada de óculos de “grife” a cinco reais suando pra tentar liquidar o estoque da caixa que trouxe no lombo, e por aí vai.

O brasileiro e seus pulos; o brasileiro, aquele capaz de espremer dinheiro de uma laranja enquanto o dono do boteco da esquina consegue sobreviver vestido de Ronaldinho pra ver se dribla o leão da receita no fim do ano. Fora tantos “crochês” no comércio, cheques pré-datados, cheques sem gravidade – os voadores mesmo. É rebolando que o país ganha o pão. Alguns ou algumas ainda levam ao pé da letra e literalmente rebolam pra sentir o gosto do trigo. Falaram tanto de dinheiro na cueca, de Valerioduto, de subornos, da grande e previsível corja política e da indignação também de praxe por todos os cantos do país. Sabe, isso pode até ser talento, tamanho é o talento – duvidoso ou não – que até Deus estranha a criação.


Ouça em alto e bom som: Spoon - I Turn My Camera On
Post saído do forno às 09:27am

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sexta-feira, janeiro 06, 2006

Um dia, sempre

Postado por Elisandro Borges

Vai, conta qual é o seu maior medo ou sua estação do ano. Uma cidade pra morrer ou o maior vexame da sua vida. Já chegou aos quarenta e percebeu que a vida não deveria ser tão séria assim? E o hábito de planejar metas pro ano novo, continua? Não saber mais o que significa o amor talvez seja apenas não querer mais rotular esse sentimento. Mudando de assunto a cada frase, o que representa uma lata de lixo pra você? E o assunto muda. Alguma crença além de Deus? Voltar no tempo e consertar uma mutação celular que definiria a vida lá na frente seria poder voltar antes de qualquer estrago.

Às vezes a gente perde muito tempo procurando a chave enquanto a porta sempre esteve aberta, ali, escancarada. Existe tanta coisa, até mulheres cheias de fetiches por caras que encaixam tranqüilamente um carro em balizas apertadas. Você gosta mais do primeiro dia do ano ou do último? Entre o último e o primeiro dia do ano, existe a passagem, a transformação, um ano virando o próximo e talvez a festa seja essa, nem para o primeiro, nem para o último, mas provavelmente pela passagem daquela ponte que divide dois anos – o velho e o novo.

E todo o processo acontece à meia noite, a passagem é à meia noite. E ela tem cor amarela, as luzes agora são todas amarelas piscando nos faróis. Não deixe os pés desprotegidos. O frio chega e eles também precisam de abrigo. O coração, tudo, todo o mundo, um dia, sempre.

Ouça em alto e bom som: Sevendust - Live Again
Post saído do forno à 01:43am

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quarta-feira, janeiro 04, 2006

Televisão

Postado por Elisandro Borges

- Mãe, o que acontece se quebrar o espelho da televisão?
- Né espelho não, minha filha, é vidro.
- E como é que eles encolhem pra entrar nela?
...


Ouça em alto e bom som: Mew - Coffee Break
Post saído do forno às 08:06am

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