terça-feira, outubro 24, 2006

O soluço de um lapso maior

Postado por Elisandro Borges

É, tem que levar a cabeça pra consertar mesmo. Às vezes dá certo, dá certo sim. E depois estraga de novo. É igual carro velho, tem que ficar levando a carroça pro mecânico toda vez que quebra. Quem somos nós nesse mundo torto? Uma identidade? Um número? Não interessa. Tá tudo girando agora de uma só vez, assim mesmo. É como cair dentro de um liquidificador gigante, cheio de coisas e cheiros que você desconhece e depois que a bagunça termina, você dá um sorrisinho esticado só pra não perder a diplomacia.

Só que essa pessoa não é tão normal assim e acaba sucumbido aos instintos mais primitivos da ira e manda todo mundo tomar no redondo. Tem gente que quando ouve isso, abre uma skol. Então, pra certificar-se de que a mensagem chegará redonda ao besta quadrado, o sujeito brada aos ventos um belo vai-tomar-no-cú! Isso alivia a tensão. Sexo também. Meditação não, isso é papo pra boi dormir.

E eu desafio Dalai Lama! Ah, mas desafio!!! A sociedade tibetana que me perdoe, mas queria ver a silenciosa e sublime paz de um ser tão elevado espiritualmente durar em pleno Oriente Médio, com aquele tanto de bomba explodindo na cara de nego inocente. É difícil fugir da idéia de que o homem é produto do meio, ou que pelo menos muito disso seja verdade. Queria ver o poder da mente funcionar nessas horas. Mas não sejamos pessimistas, nós somos sim, responsáveis por esse miolo que carregamos durante a vida.

O que eu tava falando mesmo?


Ouça em alto e bom som: Gnarls Barkley - Crazy
Post saído do forno às 4:25am

| 6 comentários  

quinta-feira, outubro 19, 2006

Barulho de vez em quando é bom

Postado por Elisandro Borges

Tá faltando um pouco de barulho por aqui. Barulho de vez em quando é bom. O difícil mesmo é quando não existe mais inspiração, idéias, ou qualquer outro assunto pra se pôr em pauta. Parece que já falei de tudo, sobre tudo e sobre nada inclusive, principalmente sobre nada. Foi-se a época da verbosidade inútil colada diretamente do priberam - o velho, gratuito e bom dicionário da nossa era digital.

A gente passa uma borracha em cima de muita coisa e reescreve outras, e outras mais. A vida que se toca não é mais a mesma, nunca foi. A vida que se toca não recebe mais o mesmo trato ou destrato, ora tocada pra frente, ora estática, mas nunca pra trás, isso não pode ser nem cogitado, mas nunca se sabe. E a gente leva, empurra, brinca, se distrai com uma criança lambuzada de chocolate e pensa no porquê de tudo levar esse tempo todo pra acontecer. E olha que pensar demais é problema, velho. Pensar demais é problema.


Ouça em alto e bom som: Stereophonics - Mr. Writer
Post saído do forno às 6:07pm

| 2 comentários