quinta-feira, janeiro 26, 2006

Todo mundo tem um mundo

Postado por Elisandro Borges

Todo o mundo tem um mundo. Cada mundo gira em torno de outros mundos ou de seu próprio. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Não confundam, entendem? Ser feliz é ser feliz com o que se pode ser. É tão bom ser feliz com o que se pode ser. Seria sábio demais se soubéssemos toda a verdade. Verdadeiramente falando, acho que não existe a verdade única. Tem horas em que a imaginação é quase tão real quanto o toque. Mas imaginação nenhuma pode substituir o mesmo, a sensação real, palpável e urgente do contato da pele. Pessoas são pessoas de fato quando elas podem ser tocadas, não só de fora pra dentro, e sim por completo.

Pessoas são simbólicas, pedantes, simples ou eternas. Elas são fagulhas, fragrâncias, éter, brutalidade, arrogância, memórias vivas; claras, opacas, interessantes, flácidas, volúveis e incríveis. São malhadas, mirradas, plácidas ou agitadas. Elas carregam o código genético dentro de si. Dentro de si elas encontram-se ou perdem-se desesperadamente sem noção de onde pisar. Elas estragam, explodem e constroem. Vivem aprendendo os mesmos erros esquecendo dos acertos.

Fácil entender, difícil explicar o quanto é fácil. Por elas somos nós, e temos sido elas por nós quando em segundos não somos nada sem elas. Queria lembrar sempre do que existe, assim, disponível a todos. Fazer paz ou sexo, embriagar ou silenciar em oração. Queremos mais, desde que possamos ser mais gente, com a gente mesmo, com nós mesmos, e com alguém tão interessante quanto o nosso próprio umbigo.


Ouça em alto e bom som: Johann Sebastian Bach - Cello Suite n.1
Post saído do forno às 06:50am

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