segunda-feira, maio 24, 2004

O simples fato de ser

Postado por Elisandro Borges

Ela não está em todos os lugares. Quase todos eles estão nela.
Ela não move um passo sequer até que um sopro de consciência lhe faça sentir a fome ególatra que suplica por saciedade. Essa fome deseja ser sufocada e não mais sentida. Ela pede para desvincular-se das amarras que a limitam.

Os bardos até que tentam agradá-la com palavras rebuscadas, mas em vão, apenas alimentam sua ingênua e contraditória auto-suficiência. Ela se debate contra seu próprio eu, busca alívio e soluça em lágrimas amargas. Já não assina mais o nome em seus versos. Não há mais a necessidade gritante de vitória ou o medo da derrota, há somente a simplicidade.

Há somente ela... Seja ela então, o que enternece o simples fato de ser.

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