segunda-feira, maio 24, 2004

Epiderme

Postado por Elisandro Borges

Longe, muito longe do que eu poderia tocar e perceber o que era real. Acordei, mas fechei os olhos o mais rápido possível para tentar buscar aquele sonho interrompido. Já era, se apagou. Nada, absolutamente nada era capaz de trazer mais uma vez a sensação insubstituível.

Enquanto a voz macia me engolia por inteiro, eu me rendia sem saber o que estava acontecendo. Não existia cenário, não existia ninguém à nossa volta, e tudo o que se ouvia era a respiração ofegante em uníssono.

Epiderme... Éramos uma pele só.

Sua boca úmida e faminta deslizava sobre a carne pulsante. Um gosto de tequila e limão entorpecia o beijo em temperaturas incontroláveis. Irremediavelmente viciante. Não tive tempo de perguntar o nome dela. O seu rosto desapareceu no momento em que o sol transpassou a alcova de vidro.

E como sempre, amanheceu, simplesmente amanheceu...


Ouça em alto e bom som: Sevendust - Live again

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