quarta-feira, dezembro 22, 2004

Julguei, e sei quem acertou o seu Zé

Postado por Elisandro Borges


Eu leio vidas, não prometo interpretações acuradas. Vidas também são feitas para serem lidas. Penso em pessoas que disseram coisas importantes e às vezes chego a acreditar que por mais vaga que seja uma poesia, essa se faz mais certeira do que a própria política que nos desgoverna na nudez da ironia. Eu não sei o que dizer, não tenho o que dizer, mas não estou a fim de ficar calado. Quero ensinar meu filho a entender certas coisas, só que antes vou ter que aprender a entender poesia, porque pensar em fazer um filho já é outro porém.

Ainda assim, quero falar mal de alguém, o foda é que todos são seres umanos, desse jeito, sem h mesmo, pois qualquer um perde a cabeça um dia, por que não o h? É inconveniente falar mal do desconhecido. No entanto, continuo insistindo em falar mal de alguém. Provavelmente, julgar seria o caso. Julguei descomedidamente, tantas vezes que perdi a conta, já não sei mais contar. Julguei sim, julguei pessoas, sexualidade, raças, classes, cachorros... Taquei pedra em quem estava quieto, acertei até o seu zé do picolé.

Pensei que poderia entrar em conversas secundárias e expor os meus turbilhões de idéias às avessas. Idéias tão avessas que nem me dizem respeito. Aliás... Respeito. Interessante essa palavra. Enquanto isso, nossos pés querem ser beijados na ausência desse mito. Que aceitem nossas teorias conspiratórias sobre o que nem sabemos dizer. Todos, quase todos estão mudando o mundo. Tem gente que muda de lugar, esquenta um assento e muda um mundo. Em qual sentido, não sei bem ao certo. Certo... Não, é relativo. E isso é inevitável. Não sei dizer, eu não sei o que dizer.

Ouça em alto e bom som: Social Distortion - Reach For The Sky

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