terça-feira, novembro 23, 2004


Direi palavras impronunciáveis. Daquelas que quando escritas no papel você não consegue nem ao menos passar os olhos, pois acaba se perdendo e tropeçando nas letras. Direi também o que os ouvidos deles querem ouvir. Tanto faz pra mim dessa vez, desde que eu me livre dos doadores de palpites não solicitados ou dos consultores-volutariamente-indesejáveis-de-vidas-alheias. O que mais pega nessa história toda é que, tirando o amor que eu sempre quis na vida e que agora ostento a sorte de vivê-lo com a Carol, tudo o que mais tenho tentado conquistar em minha hulmide e tão suada vida, é um pouquinho mais de paz-de-espírito. Que não tentem controlar a minha vida pessoal, pois até onde me concerne o bom senso, a palavra pessoal traz a idéia de privacidade, de limite, de área restrita.

O meu único problema é que demoro demais a digerir o que me é expelido ouvido a dentro. Demoro também a reagir quando intrusos invadem minha propriedade e acabo fazendo o que eles querem: dou satisfação demais e detalhes completamente desnecessários que só competem a mim. Espero que da próxima vez eu não desperdice tanto tempo assim tentando dar explicações sobre o que faço do meu dinheiro, sobre a marca da cueca que uso ou se ando pelado com uma melancia na cabeça em pleno McDonald's. Chega dos cães nojentos que ladram em meu quintal. Que visitem outras vizinhanças bem remotas, antes que seja tarde demais, antes que eu possa sequer ter a oportunidade de descobrir o meu lado mais obscuro: o psicopata que degola cabeças de consultores-voluntariamente-indesejáveis-de-vidas-alheias.

Ouça em alto e bom som:
Falling up - Broken Heart

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