terça-feira, junho 15, 2004

Suposições de uma vida real

Postado por Elisandro Borges

Fotos em minha mente. É, só mesmo em minha mente, porque fisicamente tenho poucas e as poucas que tenho, ficaram em Goiânia. Quase todos os meus amigos e parentes me pedem fotos, pois a distância que nos separa é cruel e no momento, a única forma de manter a lembrança bem viva é através de fotos. O grande empecilho é a minha própria limitação. Desde que me mudei para a Califórnia e fiquei longe de todas as pessoas que amo, tenho me tornado um pedaço de ser humano largado ao acaso. Não piso lá fora, a não ser para ir trabalhar e voltar pra casa.

Não freqüento lugares turísticos, não tiro fotos e com a cara ruborescida, confesso: mal sei o que é um cinema por aqui. Não comprei televisão, video ou qualquer coisa do gênero. Filme, só no lap top, mais nada. O mundo pra mim agora se restringe a um quarto, fico trancafiado nesse espaço e só saio por extrema necessidade. Pra falar a verdade, a única vez em que saí neste ano, foi para ver um show da Dido em Berkeley, ou seja, uma extrema necessidade pra quem não vive sem música. O lado positivo disso, é que tenho estado em contato intenso com a leitura e a escrita, tenho conhecido muita gente boa nesse mundo virtual, fiz e tenho feito muitas amizades nesse sentido. Isso é importante, é quase que insubstituível!

No entanto, acabo esbarrando nas fotos. Quando me pedem uma mísera fotinha, o que tenho a oferecer é apenas aquela solitária que tirei com minhas próprias mãos dentro de casa. Já implorei para os amigos me mandarem as fotos que eu tinha com eles por e-mal e cheguei a ajoelhar virtualmente para a minha prima desnaturada Aline, mas ninguém se sensibiliza com o cara. Eu quero fotos, quero lembranças, quero formas e preciso acreditar que a vida lá fora ainda é como eu imaginava... REAL.

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