quarta-feira, agosto 25, 2004

Hein?

Postado por Elisandro Borges


Hoje. Só por hoje não quero arrancar de mim um sorriso como quem extrai um dente sem anestesia. Assim eu não preciso olhar pra ninguém e sem intervalos eu me calo, não preciso de respostas. Não sinto a necessidade de questionar Deus ou quaisquer que sejam essas inquietações. Só não sou capaz de trocar gentilezas quando essas estão ausentes por aqui. Fica o que tiver de ficar. Eu estou saindo e quero dizer obrigado. Que essa seja a última palavra. Nossa, não entendi nada do que eu quis dizer. Mas pelo menos vou poder postar a música. Êta nóis!!!! Olha só esse som do Cake, os caras são muito engraçados e essa música é ótima pra tirar a remela do olho. Sei lá o que eu quis dizer com isso...

Ouça em alto e bom som:Cake - Jolene


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quarta-feira, agosto 18, 2004

Voragens de dezembro

Postado por Elisandro Borges



Não importa quão longe.
Amor que alimenta o fluxo de um músculo.
Sempre inconsciente de suas batidas involuntárias.
Não entende nada, mas precisa bater. E assim bate.
São voragens de nossas origens.
Origens de dezembro, origens do fogo.
Músculo que sangra por dentro. E assim bate.
Sangue que corre na intimidade dessa pele paquiderme.
Pele que ainda expõe o frio que restou de outras temporadas.
Frio agora externo e superficial que aqui nada mais atinge.
Nada. Nada mais atinge o turbilhão que arde por dentro.
Esse turbilhão que arde por alguém.
Esse turbilhão... Que arde por
ela.

Ouça em alto e bom som:
Fiona Apple - On The Bound


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segunda-feira, agosto 09, 2004

Chutemos o balde

Postado por Elisandro Borges



O barraco está armado! Ou será a barraca? Não importa. Deixem os moleques remelentos comerem barro, deixem as velhas virgens viverem em paz com seus brinquedinhos bulinantes. Todos têm o direito de serem doidos e esculhambar uma hora. Mas vem cá, quem é que sabe o hino nacional de cor? A primeira parte até que dá pra enrolar, mas pra evitar o vexame da segunda, eu já fico calado desde o início, pelo menos posso fingir que o silêncio é o respeito mor. Eu quero é esculachar. Quebremos as regras e os braços de quem se atrever a nos podar. Futilidades à parte, revoluções programadas, estaremos aqui. Gritem, saiam dos cantos mofados (olha quem fala...). A lei universal será recriada. Procriem idéias soltas e verbalizem-se! Destravem as portas, soltem os cachorros e joguem fora todo o lixo que estava acumulando em seus aposentos!

Ouça em alto e bom som:
Papa Roach - Getting Away With Murder

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quarta-feira, agosto 04, 2004

Intro

Postado por Elisandro Borges



Era possível ver a própria imagem refletida na água. Chegou mais perto e então viu. Mais uma vez estava do outro lado. Agora não havia mais como discernir qual dos lados era real. Perdia-se nas ondas que tremulavam aquele reflexo. Ali ficou por muito tempo. A intensidade das ondas envolvia sem pressa o seu antro interno. O sopro do vento agitava a superfície, e novas ondas se formavam. Intro, disperso, leve, vago e nulo. Seu pensamento era força que anestesiava o medo e reacendia seus instintos. Livre por um instante. O vento continuava a soprar em ocasiões aleatórias, levando junto os brados contidos em dias de dúvidas. Horas impróprias. Horas em que deveria ter gritado, horas em que deveria ter visto, horas em que não deveria ter vacilado. O vento leva, o calor derrete e o sol sela a boca sequiosa. A mesma água que lhe devolve a imagem, assim lhe restitui o viço. De volta, a vida, num espiral de ciclos contínuos...

Ouça em alto e bom som:
Radiohead - High and Dry



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segunda-feira, agosto 02, 2004

Temos o que somos

Postado por Elisandro Borges



Crescer, sair da inércia. O que significa segurança, ou certeza? Estabilidade? Estar satisfeito ou sempre buscando? Onde está a medida? Equilíbrio? Misturando todas as sensações e expectativas, fazendo de todos os dias um motivo de impulso, de desejo. Desejo de respirar ares melhores. O melhor, sempre atrás do melhor. Mas então onde mora a satisfação, se ficamos praticamente a vida inteira tentando alcançar algo que ainda não temos? Ter, ter, ter, possuir, até quando? Eu quero saber. Se eu pudesse simplesmente ser e não precisar ter, tudo seria diferente. Tudo. Ter um lugar ao sol, ter... Temos o que somos, não somos o que temos.

Ouça em alto e bom som:
Massive Attack & Tricky - Karmacoma



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