domingo, novembro 24, 2024
E a vida segue
Eu sei, estou escrevendo pro vento. Mas, ainda volto aqui raras vezes pra mandar carta pra mim mesmo. Em 2004, há exatos 20 anos, eu morava em outro país, muito longe da minha família, dos meus pais, dos meus amigos, das minhas irmãs e parentes. E foi nessa época que resolvi criar esse blog - coloquei o nome de Endorfina porque seria uma tentativa de ter um espaço que me fizesse bem e pudesse ser positivo pra outras pessoas que se identificassem com o meu mundo. O número "8" do "Endorfina 8" foi uma menção ao dia em que nasci. Eu estava com 25 pra 26 anos e dia 08 de dezembro desse ano completo 46. Tenho um filhotinho de 11 anos (foto) que vai completar 12 em janeiro. Ele tem autismo nível 2 e síndrome de down. É o ser humano mais lindo com quem já tive a oportunidade de conviver, o amor mais puro. E desde 2008, sigo com minha companheira (foto) e mãe desse lindão - só ela sabe a barra que já enfrentamos nessa vida e esse esforço sempre vai ser pra conseguir paz. Não temos sonhos grandes nesse mundo capitalista. A gente só sonha com um lugar justo nesse mundo, só precisamos de dignidade. Sim, gostamos de gente simples, sem a vaidade instagramável de provar ao mundo quão feliz nós somos. Existe uma frase que circulou as redes sociais e que nunca vai se apagar da minha mente... Era algo assim: "o lugar mais frequentado do mundo é o fundo do poço, mas ninguém tira selfie de lá". As pessoas aparecem na nossa vida e muitas vão embora, cada um deixando a sua marca pra sempre. Eu desejo que cada pessoa que passou pela minha vida - as que amei ou não, tenham o amor gratuito de gente de verdade ao redor. Daquelas que vão fazer o possível e o impossível pra te ver bem quando percebem que você está precisando delas. Daquelas que te olham com afeto, sem julgamentos, pois não estão interessadas em exaltar as suas falhas. Que essas relações sejam sempre recíprocas na medida do possível. E que a gente nunca se sinta bobo, nem cafona por falar de amor, perdão e empatia. Uma observação: se algum dia amei alguém, dificilmente vou odiar por mais de um dia. Mesmo que a amizade ou o relacionamento não tenha terminado bem. É muito triste quando casais, de namoro ou casamento, se separam. Sabe quando você torce pra ficar o resto da vida com o amor da sua vida e de repente, as coisas mudam de rumo, e cada um segue um caminho diferente? Isso é doloroso demais. Doeu muito em mim e dói até hoje, mas aprendi a acalmar esse sentimento. Então, se você me conheceu, se fiz parte da sua vida em algum momento da sua existência, se algum dia eu te deixei mal, por favor, me perdoa. Porque sempre vou trabalhar o meu emocional pra poder perdoar quem quer que tenha causado algum estrago de maior dimensão. Aproveitem o melhor que podem com os seus. E na verdade, acho que os "seus", os "nossos", são só emprestados pra cumprir a missão nesse planeta. É passageiro, mas pra sempre, de um jeito ou de outro, cada um é pra sempre na existência, ainda que só na memória...
Foto tirada em 2018.
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