sexta-feira, abril 27, 2007

"A falta de memória é um atalho para a felicidade". Encontrei essa frase em algum lugar. Ando pegando todos os atalhos possíveis e inimagináveis pra sentir esse gosto que deixa saudade na gente quando demora qualquer segundo pra voltar. Perdi o fôlego nessa frase. Mas vale tudo! Deus, cerveja com pessoas amigas, cinema, piada sem graça, caminhada, prazeres mundanos, histórias pra contar, mentiras tortas quando fingimos engolir, verdades alheias que nos fazem balançar a cabeça dizendo sim, na diplomacia de nosso altruísmo; encontros e desencontros - nem que seja como dica de filme; saudade, dúvidas e pseudocertezas sobre a teoria da difícil arte do bem-estar em pleno desemprego com trilha sonora de fundo.

Felicidade também é chorar de alegria e rir de tristezas que um dia passam, pois essas não podem ficar por aqui. É entender que quando acontece o bem ou o mal, está tudo bem, a gente sempre tem que dar um jeito mesmo, não é? A felicidade é o nosso maior bem de consumo! A nossa melhor herança. O melhor de tudo isso é que sempre acabamos descobrindo uma forma personalizada de gerar essa química dentro de nós.

E os amigos? É muito bom ter nossos amigos. Talvez isso seja tudo. Sem eles, nada. Ter aquele pessoal que te dá um apoio moral quando aparece algum louco e infeliz tentando te reduzir ao que sobrou dele. Ninguém é feliz sozinho nesse mundo cheio de vida e morte. E vamos passar por tudo isso. Vida e morte. Começo e fim. Relacionamentos... E o meio termo de todo este roteiro é o presente, isso, o presente momento. Esta fração de segundos em que piscamos os olhos. A isto podemos dar o nome de presente. Lembramos o passado, vivemos o presente e pensamos o futuro de toda a nossa vida. Uma possibilidade gigante de explorarmos tudo que temos direito ou de conquistarmos todo o direito de experimentar o resultado de nossos esforços.

O mundo acaba em pessoas. Nós também acabamos nelas, dentro ou fora, perto ou longe. Algumas nos chegam à vida por um motivo, umas conquistamos e outras deixamos passar ou perdemos de vista por simples vacilo. Mas somos humanos no apagar das luzes, no sol nascendo em nossas caras amassadas, ou ainda na chuva que esconde a gente em casa, e disso sabemos bem. Claro, há as exceções. Exceções e exceções, dos mais apaixonados aos mais indiferentes, dos sérios aos indiscretos. Dos equilibristas tentando evitar a queda livre pra seguir em frente. Existe de tudo e de todos neste mundo. Tudo. E entender a complexidade deste todo é quase que enlouquecedor. É o copo vazio que sempre enchemos pra matar a sede, e depois enchemos de novo, e de novo, e de novo... A sede é temporária, a saciedade momentânea. Assim como essa tal de felicidade - a satisfação volúvel de nossas vontades insistentes. O nosso sol e chuva. A nossa história.

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1 comentários:

  1. Chico Ribeiro Says:

    Boa reflexão !