terça-feira, agosto 09, 2005

Descobri que a fidelidade é uma ficção. O sexo, sim, o sexo... O relacionamento entre duas pessoas é uma prisão possivelmente voluntária, é restrição, dedicação e confinamento mútuo com intenções de bem-estar. É uma arte torta, com tintas aleatórias à nossa disposição. Os tabus são as rédeas do nosso passado. Ah, os tabus... As opiniões são divergentes, mas às vezes esbarram na unanimidade. E unanimidade me lembra massa. A massa não costuma pensar, a massa geralmente acata o que já foi pensado.

Fidelidade? Qual? Os que desejam uma só pessoa, no fundo se reprimem, se reprimem em nome da boa imagem, em nome do suposto respeito. Acho que eu sempre fui esse passado, será que me resta alguma mudança? Talvez seja estranho amar alguém e comer todas as iguarias humanas que te fazem salivar, mas essa é uma realidade abafada por muitos. Don Juan faria, claro, como já foi citado por ai, correto? E isso parece prático agora, amar uma e comer todas... Aliás, amar é coisa rara, raríssima, diga-se de passagem. Esse é o perfil de muitos homens e de mulheres também, elas, justamente as mais corretas e metódicas, quem diria? Temos muito moralismo pra pouca atitude. Na verdade, muito falso moralismo regrado de mentiras gratuitas.

Todos querem diversão, querem muito mais, e isso também é vital. Outros falam de responsabilidade, planos, filhos e um teto pra guardar a cumplicidade... E no fim das contas, lá dentro todos são vazios e cada um sabe ou ao menos busca a melhor forma de preencher a pieguice do vazio. – Pause – Agora, por favor, seja qual for a situação, não me peçam pra freqüentar suas igrejas, gosto e admiro boas amizades, mas dispenso as igrejas, não me levem a mal. Menciono igrejas porque alguns acreditam muito em regras e acham que lá terão mais chances de encontrar a pessoa certa. Eu desconsidero esse pensamento. O óbvio, pelo contrário, é difícil de ser enxergado e engana muita gente. A proibição do prazer sem compromisso só incita a curiosidade. E a curiosidade proibida é apenas mais um prato cheio a ser degustado mais tarde. Não adianta proibir. O desejo, ainda que sob influências, é livre, e só quem o sente pode decidir o que quer pra si. – Play – Encontrar a pessoa certa... Certa pra qual propósito? Casamento? Trepadas casuais? Amizade? Companheirismo? Afinal, o que é certo então? Certo ou errado, é regra demais pra minha cabeça.

Ouça em alto e bom som: Muse - Uno

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