domingo, junho 26, 2005

Dias de sol

Postado por Elisandro Borges

Mesmo sós, no fundo somos de alguém por um tempo ou pro resto da vida. Somos, nem que seja vagamente, por um pouco, de leve, vez ou outra. Sempre existe ao menos um resquício de amor na vida de cada um. Você viaja, conhece pessoas, mas acaba que existe alguém que te faz a cabeça, por mais impossível que seja esse alguém, por mais que você queira fugir e se esconder. Quero continuar me escondendo do mundo ou de outros amores, sei que estou perdendo o juízo, se é que ainda existe algum por aqui. Preciso de tempo pra me curar, talvez seja uma porção, um espaço de tempo por si só.

Eu sei, me divirto, também tenho meus dias de sol, tenho bons e memoráveis acessos de riso, tenho meus dias de trégua e tequila. Tenho os dias de macarronada com os amigos, tenho o cansaço satisfatório pós-expediente. Tenho planos bobos, mas significantes para que minha vida siga adiante. Tenho os acordes que me fazem fechar os olhos e abrir a alma, tenho cinema e pipoca. Tenho frio e calor necessário. Tenho o barulhinho de neném-sobrinha pertinho de mim tentando balbuciar qualquer coisa. Tenho o descanso de domingo, o sábado à tarde, telefone e e-mail. Tenho saúde. Amor não é vão, amor não é em vão...

Ouça em alto e bom som: Papas da Língua - Um dia de sol

| 0 comentários  

quinta-feira, junho 23, 2005

Homofobia

Postado por Elisandro Borges

Você tem algo a dizer? Não. Você anda tão sem inspiração, o que foi que te aconteceu? E se a pergunta fosse: O que foi que não aconteceu? Seus sapatos estão todos gastos, pelo menos quase todos. E os livros que você não terminou de ler? E as pessoas que você parou de ver nesses últimos meses? E os e-mails que você não tem retornado? E os convites recusados? Me fala então o que é que te agrada na solidão. Ficar só te dá paz? Será que é isso que você precisa? Ficar só? Você não sente falta de ver gente?

Ouça em alto e bom som: Rita Ribeiro - Contra o tempo

| 1 comentários  

domingo, junho 12, 2005

Tremor

Postado por Elisandro Borges

Sei que se eu olhar pro nada e ele olhar pra mim, vou escutar esse espaço em branco me perguntar: Quem é você? E eu pergunto o mesmo: Quem é você, espaço em branco? E ele responde: Sou a sua dor latente que se esconde em você. Mas eu não te vejo, às vezes sinto algumas pontadas, certo, sinto, mas não me acerte mais, o gosto cansado de choros passados já me basta a memória. Já me basta o sabor de pedras engolidas. Nem o espaço em branco pode me enxergar mais, porque desapareci como efeito alfa em flash reduzido a zero. Eu volto já. Vc demora? Não, eu volto como sempre, mesmo que um pouco diferente, eu volto como sempre, sei que volto. O tremor abalou, mas eu volto mais forte. A gente precisa ser mais forte, pra viver melhor. Aprender também. E aprendo. Vou aprendendo... Vivi e sei, errei e vivi, morri algumas vezes e matei outras. Sonho paz. Quero agora.

Ouça em alto e bom som: Telegrama - Zeca Baleiro

| 0 comentários  

domingo, junho 05, 2005

Torto

Postado por Elisandro Borges

Alimentem-se do meu vício. Limpem a alma. Comam qualquer coisa. Engulam-se! Bebam o que houver de melhor ou qualquer coisa parecida. Vamos correr atrás do que nos é direito. Consertem a coluna, porra! E o pior é que continuo torto tentando olhar pra cima, só pra ver se encontro a lua. Eu sei que isso não faz sentido, eu sei. Onde está o controle? Qual controle? Ai, ai, ai...

Ouça em alto e bom som: System Of A Down - Highway Song

| 0 comentários