quinta-feira, abril 28, 2005

Uma só pessoa

Postado por Elisandro Borges

... E se um dia me sentir, sentirei você também, porque somos a mesma pessoa, uma só pessoa.

Provoco uma reação e você olha através do que ainda não entende. Não precisamos distinguir nada nesse minuto. Não estou nos lugares mais óbvios, nem nos inusitados. Pensar acaba te confundindo, ao passo que decidir se torna uma urgência. A vida lhe impôs essas decisões e você acreditou estar orfão por algumas vezes, mas nunca esteve. Admita. E seus planos? Procurei na sua memória e me perdi no seu subconsciente turbulento. Sua meditação de dez minutos anda dispersante, e seu jeito de olhar pro nada, quando todos gritam ao seu redor, te guarda no tempo e o faz esquecer que os ponteiros giram. E de fato giram... Eu sou você, embora não tenha sua pele, seu pulmão... sua mente. Os ponteiros giram e continuo você. Sou sua intuição, sem manifestações físicas, sou o que há de real do mínimo que pode acreditar que sou. E você me faz de acordo com suas perspectivas, porque sou você. E se um dia me sentir, sentirei você também, porque somos a mesma pessoa, uma só pessoa. Olhe pra você mesmo e me verá. Acredita em Deus?

Ouça em alto e bom som: Morcheeba - Blindfold

| 0 comentários  

domingo, abril 24, 2005

Descolore

Postado por Elisandro Borges

... Porque descolore quando o pensamento não te encontra mais, descolore.

E quem é que vai discordar de olhos rasos, com esse soluço assim de perto, condensadamente perto, erro, e quebro as rotinas... De sua falta. Porque descolore quando o pensamento não te encontra mais, descolore. Descolore se um dia o tempo não te tem em paz, descolore.

Ouça em alto e bom som: Radiohead - High and Dry

| 0 comentários  

segunda-feira, abril 18, 2005

Xinguem!

Postado por Elisandro Borges

... Sinta-se à vontade, e xingue até perder a voz.

Após um grande sucesso de xingamentos no orkut, decidi lançar esse concurso aqui também. O vencedor vai ganhar como prêmio, uma caixa de pamonha*.Tem espaço pra todo mundo! Mesmo você que já xingou lá no orkut, venha xingar mais uma vez no meu recinto bloguístico. E você que ainda não xingou, sinta-se à vontade, e xingue até perder a voz. Aproveite que não é todo lugar que você pode fazer isso. Desde já, vá todo mundo tomar no kú! E um cuspe pra todos!

*Prêmio fictício, só pra pegar bobim.

Ouça em alto e bom som: Live - Run To The River

| 0 comentários  

sexta-feira, abril 15, 2005

Cumé que é?

Postado por Elisandro Borges

... Isso aqui não é um diálogo?

Boa noite! Boa noite! Por favor, eu gostaria de falar com o responsável pelo blog. Bom, responsável eu não sei, mas o culpado sou eu. Certo, então me diz uma coisa: Cadê o travessão disso aqui? Cê tá falando com ele. Não, idiota! Eu tô falando daquele traço que você põe antes de começar um diálogo. Isso aqui não é um diálogo? Pode ser, e pode não ser. E você acha isso bonito? Acho legalzim. Então tá, o blog é seu, escreve o que cê quisé, do jeito que você quisé, faça bom proveito! Eu só tou falando isso porque quando você não coloca travessão, não dá pra saber direito quem é que está falando. Sério? É claro! Ah, mas tá bom. Cumé que é? Preocupa com o meu blog não, você aceita um café? Não, obrigado, eu só tomo Toddy. Você é doido! Quem, eu?

Ouça em alto e bom som: System of a down - Spiders

| 0 comentários  

segunda-feira, abril 11, 2005

Letárgico

Postado por Elisandro Borges

... Amor eterno é só uma imposição da nossa vontade mais frustrada de querer ser pra sempre.

Sonhar em vão é triste. Amar é triste e doloroso, e sempre tem um ponto final te esperando. Amor eterno é só uma imposição da nossa vontade mais frustrada de querer ser pra sempre. Amor eterno é morte lenta. E não quero me matar assim lentamente... Amar alguém é matar-se em doses pequenas e discretas, porque em algum momento algo vai morrer. O único amor saudável é o da amizade, da amizade simples e verdadeira. E onde existe paixão, existe morte inerente. A paixão consome, suga e destrói depois que passa esse torpor. É uma droga que te vicia. Ela chega e te atrai, quando você menos vê, já está dentro e não consegue mais sair. Dái, é esperar a dor chegar logo que a fantasia do começo for embora. E ela vai. Espera, que ela vai. Mas a gente, no fundo, de alguma forma precisa dessa dor, e se entrega um dia. Perde o sentido e se fere mais uma vez. Só que eu não quero precisar dessa dor. Não quero. Aqui dentro congela e assim me anestesia o peito. Quero ficar em estado letárgico até o fim. E uma hora o fim chega. Ele sempre chega. Isso sim, eu posso garantir. O fim é certo. Ainda assim, vou me enganar e tentar esquecer que ele existe. O fim é paciente, porque sabe que é certo e certeiro, quando a habilidade que nos cabe por aqui é exatamente essa - desviar-se do fim enquanto se pode. E amigos são ótimos paliativos nesse mérito. A vida passa. Que passe bem acompanhada então, no meu caso, de boas amizades, espero.

Ouça em alto e bom som: Muse - New Born

| 0 comentários  

sexta-feira, abril 08, 2005

Frente e verso

Postado por Elisandro Borges

... Apesar do isolamento que me reservo em horas longas, sei que crescer sozinho não é tão vigoroso quanto ter pessoas valiosas ao seu lado pra te dar uma força.

Não tenho sono. Fico pensando em tantas coisas que acabo virando a noite em claro. Me pego imaginando se essas tantas coisas estariam também pensando em mim. Bobagem. Quero durar o tempo que for preciso, quero que essa vida seja vasta. Não quero ter posse sobre as pessoas, nem controle de suas vidas. Sei que isso eu nunca teria e vou me desvinculando dessa sensação ilusória. Preciso respeitar as fraquezas e necessidades de cada um. Preciso parar de supervalorizar minhas dores, pois boa parte do tempo, sou eu quem as procura. Quem sabe eu paro de ficar bombardeando minha resistência psicológica em campos minados, porque as proporções do estrago certamente serão incalculáveis. Quero agradecer a todos que passam ou que ficam em minha vida, por motivo maior ou de livre e espontânea vontade. Quero aceitar o mundo daqueles que não entendo, sem ter que esperar que os mesmos me aceitem ou sequer me entendam. Chega de querer que o universo goste de mim da mesma forma que eu gosto dele. Sei que a vida é mais fácil para uns, enquanto torturante para outros, e que essa balança nem sempre é justa; mas não quero discutir o que é subjetivo, tampouco me perder entre o certo e o errado ou entre o bem e o mal. Desejo poder reconhecer a mim mesmo durante essas décadas que por mim continuam passando e depois de tudo que tenho feito. Quero conseguir enxergar um saldo positivo em cada etapa. Apesar do isolamento que me reservo em horas longas, sei que crescer sozinho não é tão vigoroso quanto ter pessoas valiosas ao seu lado pra te dar uma força. Quero deixar que todos tenham o seu próprio tempo, e mesmo se sumirem de mim por um período extenso, que eu lembre das vezes que também sumi ao longo desses anos, de pessoas cruciais na minha existência. Que meus pedidos não soem como ordens e que eu não me sinta ofendido se um dia tiver que obedecer uma ou outra. E por fim, que eu evite climas hostis e saiba perceber o valor, pelo mínimo que seja, de qualquer ser que assim possa ser identificado como humano. Essas foram e têm sido páginas lidas de frente e verso, são páginas que, independente da densidade do teor, ficarão arquivadas para novos ajustes, e que esses, definitivamente, me levem pra frente de uma forma ou de outra.

Ouça em alto e bom som: Live - Lightning Crashes

| 0 comentários  

quinta-feira, abril 07, 2005

Baratinhas cupertinas

Postado por Elisandro Borges

... Baratinha quando nasce, esparrama a criação.

Baratas são um inferno! Baratinha quando nasce, esparrama a criação. Quem é que disse que a besta é um capetão? Mentira! A besta é a própria barata! Viu Carine! O mal do século não é o relacionamento! O mal do século são as baratas cupertinas! Elas quando chegam, infestam tudo quanto é canto da casa, principalmente onde existe pão! Meu prato mais nobre! Odio abrir o armário e ver as safadas correndo sem rumo tentando achar um buraco! Por que elas não se enfiam então no próprio cubículo? Eu já disse que não falo palavrão nesse blog e muito menos faço baixaria. Mas quero ver o pai-d'égua que vai me impedir de achar o ninho dessa PORRA! Nunca! Não, olha só, e quando elas atingem a meia-idade? Tem dó! Vira aquela festa de barata-velha-tarada voando pela casa, doida pra achar um baratão pra dar! Vai dar em outra ninhada, carái! Bucéfalas (ainda vou pagar royalty por usar essa palavra). Não quero nem saber! E eu que tinha dó de matar barata! Eu achava que era um ser vivo. Ser vivo o cacete! O meu ideal de vida agora é matar barata! Mata barata, mata rato, mata tuuuudo! Nuuussa! Não sei porquê, mas me deu uma vontade de comer pamonha! Olha a pamôôôôônha! Pamonha de sal, pamonha de doce, pamonha à moda, pamonha quatro-queijo, cinco-queijo, seis-queijo, quem dá mais? Quem dá mais? Olha a pamôôôôônha! Acho que esse negócio de barata tá me deixando doido! Áfe!

Ouça em alto e bom som: Papa Roach - Infest

| 0 comentários  

terça-feira, abril 05, 2005

Ironia jamais agressiva

Postado por Elisandro Borges

... Sua mente baseava-se na esperança da renovação, ainda que atingido por golpes de clava em fúria.

A casa era o mundo, por isso se sentia sempre em casa, onde o passado e o futuro estão mais em evidência que o próprio presente. Há uma sensibilidade, uma humanidade e a vontade vagamente citada na ironia jamais agressiva de suas palavras. Palavras estas, derivadas de Calvino e intrusamente redirecionadas por aqui. Sua mente baseava-se na esperança da renovação, ainda que atingido por golpes de clava em fúria. Há momentos na história que precisa-se unir a um lado ou outro da vida. E o diário que se escreve jamais será publicado, quando seu olhar já difere do que antes pensara dos comunas italianos esquisofrênicos e dissociados. Ele lembra quando se sentiu desajustado, estranho e hostil. Há zonas de existência que não podem se expor ao sol, pois elas também se perdem. Os lugares se perdem. No entanto, as plantas eram nomeadas com etiquetas em latim. Talvez ele tenha se tornado dono daquele lugar, mas se afastou, e os lugares se perderam de suas "posses" nunca antes adquiridas. Os cenários de sua infância davam formas ao seu contemporâneo. E dizia que Paris era a voz de uma enciclopédia e que os queijos com seus particulares conceitos, pareciam oferecer-se aos pratos curiosos e salivantes. E os homens que esperavam alguma coisa um do outro, já não sabiam mais o que esperar. São as cidades invisíveis. Todas com suas realidades e ficções, em caracteres maísculos e minúsculos, que separados por pontos e virgulas, ganhavam vida em sua escrita suave, e novamente, na ironia jamais agressiva de suas palavras.

Ouça em alto e bom som: The Mars Volta - Widow

| 0 comentários  

sábado, abril 02, 2005

ZERO

Postado por Elisandro Borges

... Quando chego à única e última bagaça aberta da redondeza, tenho que aceitar a escassez da cura vital pra minha ânsia voraz e eminente.

Olá, Elisandro! "Você tem 0 mensagens". Quem é que não entra em estado de gozo profundo ao abrir a caixa de e-mail e se deparar com esse recado gentil e aniquilador? Que satisfação escandalosa! Do e-mail, vou parar no blog quase que tropeçando e lá encontro nos "Bajulações, cretinices e afins", a seguinte delicadeza: (0). Isso mesmo, essa é a somatória! (0), lê-se ZERO - o número que me afaga o ego em noites de insônia. Resta então uma útlima esperança: Orkut! Chego lá e é a mesma história, isso porque eu já sabia, pois quando a gente recebe uma mensagem no orkut, sempre chega uma notificação no e-mail, mas como a esperança é a última que desmaia, talvez, nesse meio tempo relâmpago, um filho de Deus possa ter escrito um "E aí!". Que bobagem transcendental! O cara aqui virou mucamo da net, meeeesmo! MUCAAAAAAAMO! Seu escravo!!! Então, resolvo ligar para alguém, mas como o telefone aqui é daqueles planos que ao atingir tantos minutos, a ligação discada é bloqueada automaticamente e não sou capaz de fazer um só contato - o que me faz mais uma vez, o prisioneiro consciente das minhas próprias armadilhas econômicas. Beleza! Tô bonito na foto mesmo sem perfume. Solução: comprar um cartão telefônico e enfiar o cabeção no orelhão, pois todo cabeção é digno de um orelhão! Quando chego à única e última bagaça aberta da redondeza, tenho que aceitar a escassez da cura vital pra minha ânsia voraz e eminente. Não há cartão de espécie alguma! É... Tem dias que o negócio é comer um pão com nescau, ir pra cama, e dormir na esperança de encontrar uma alma viva no dia seguinte pra te dizer aquelas duas palavrinhas: "E aí!"

Ouça em alto e bom som: Collective Soul - Forgiveness

| 0 comentários