quinta-feira, fevereiro 03, 2005

Vintages

Postado por Elisandro Borges


Vamos ganhar língua solta dessa vez. Não exija sentido na estranheza desses traços, pois há de convir que às vezes são tortos e não dizem lá tantas coisas. Já pediram pra escrever sobre amizade por aí, mas vem cá, esse pedido descansa há décadas em arquivos esquecidos. E olha só a barba por fazer, ela esfrega o tempo em nossas caras fatigadas, na vontade muda de nos dizer que já não somos mais crianças. E os amigos? Eles estão em seus cantos, moram aqui dentro também. Uns passam, outros ficam... Quanto tempo faz que não nos econtramos, hein?

É assim mesmo. Correria, responsabilidade por todos os poros. Planos certeiros, desencontros. Sorte à vista. Lançaram os nossos amigos janela afora nesse mundo incerto. São tantas janelas, passagens em metáforas que mal pescamos - e um vacilo pode sublimar tudo em um segundo. Errar, correr, falar de boca cheia... Ser feliz por pouca coisa. E olha que não recuso copo de requeijão, eles me lembram bons tempos lá em casa. Quero brindar em copo de requeijão quando eu assim chegar. Copos com rótulos baratos também servem vintages de Dom Perignon. Quero um brinde aos nossos dias. Um brinde às seletas safras de bons amigos que não se separam. Tim-tim.

Ouça em alto e bom som: Portishead - Roads

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