segunda-feira, maio 24, 2004

Que atirem os primeiros ovos

Postado por Elisandro Borges

Por mais remota que seja a possibilidade de encontrar uma explicação para o comportamento humano, volto a questionar essa necessidade quase que compulsiva de achar uma forma de expressar o que sinto. Às vezes falta assunto, mas a vontade de escrever não pára. Esse vulcão em plena erupção sem chamas me faz agonizar com tanta falta de inspiração. Preciso de conteúdo. Leio, leio e continuo lendo. Porém, ao fazer um balanço de tudo que tenho absorvido até o presente momento, percebo que tenho procurado as mesmas coisas de sempre. As fontes de tudo que aprendo continuam as mesmas. Não houve inovação. Aliás, tal palavra me soa um tanto quanto deslocada. Maçante isso, viu! Não vejo sentido nenhum em mascar o mesmo chiclete até perder o gosto e continuar esmagando aquela borracha interminável dentro da boca. É mais ou menos assim que funciona nossa mente preguiçosa, na hora de pensar, todo mundo quer dormir ou ir para o primeiro boteco pra falar “bestera” e rir da “doidera”(só pra rimar).

Nossa, como eu gostaria de ter o mínimo de interesse por política. O problema é que acho essas coisas um tédio completo acompanhado de bônus. Sei que precisamos estar informados sobre o que está acontecendo à nossa volta, mas simplesmente não dá pra ler um parágrafo sequer sobre qualquer assunto relacionado à POLÍTICA. Às vezes me arrisco a dar uma espiada meio às escuras nos sites afins, mas imediatamente perco o tesão. É por isso que as pessoas se juntam aos semelhantes. Tem coisa mais desconfortante do que estar na casa de alguém e de repente um estranho te abordar com a seguinte pergunta: “E aí, o quê você está achando da nossa política?”. Indubitavelmente, um buraco negro emanaria das profundezas do meu ser, caso algum cidadão manifestasse tamanha impertinência. Lembro-me daquele tipo de aniversário, daquele do amigo do primo de um conhecido da irmã de uma vizinha da avó do Antônio, que do nada resolve te convidar. E o pior é que, sem nada melhor pra fazer, você acaba arriscando a pele. Dá no que dá. Aquele tanto de gente estranha te faz sentir um astronauta pisando em terras inóspitas.

Podem me falar o que quiserem, mas minha opinião desinformada e boiante não faz questão de pegar as trouxas e se mudar daqui. Mas que política é um saco, não vacilo em dizer, é um porre!!! Simplesmente broxxxante. Eu achava que isso ia passar com a idade, mas já se foram dez anos desde que tive a primeira brilhante dedução. Ouvi falar também que isso tudo vai sarar quando eu casar. Façam as apostas então. Estarei torcendo por vocês, ou melhor, por minha risível compreensão da política que assola esse país. Não é possível que eu não sirva nem pra jogar ovo em político. Desprezível a indiferença do rapaz, desprezível!


Ouça em alto e bom som: Live - Run Away

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