segunda-feira, maio 24, 2004

Essa não é nenhuma novidade. O que digo agora pode até virar passado, mas o que passou acaba ficando e ainda carrego a imagem, a memória, a sensação... Não sou muito de ficar confessando coisas minuciosas dessa vida ligeiramente centrada em um único nariz – o meu próprio, mas prometo que vou tentar ser discreto.

Esse mundo de celibatário tá me deixando mais louco do que normalmente costumavam me conhecer. Não consigo parar de pensar nos trinta. Sei que ainda faltam mais ou menos quatro anos e meio, mas não estou sendo capaz de digerir o tempo que invade goela abaixo. Vejo minha sobrinha completando cinco anos e meus cabelos ainda continuam a cair. Minha cabeça mudou e minha opinião não sustenta mais o mesmo pensamento.

Vivo tentando criar um propósito novo, um objetivo que possa me manter em algum rumo, e mesmo não sabendo bem ao certo pra onde ir, não posso me dar ao luxo de parar. Essa corrida por dinheiro estressa qualquer aspirante a cidadão. Penso em ter filhos, talvez quem sabe, daqui a uns dez anos. Ao mesmo tempo em que penso isso, percebo o sofrimento que fiz meus pais passarem por minha causa. Tudo bem, não foi em vão. Existe sempre uma versão positiva pra essas coisas, até mesmo para o caos.

Resumindo, estou procurando ser feliz com o quinhão que ainda me resta e que assim há de me restar. Essa é a idéia. Dinheiro? É possível. Esquecer as pessoas que marcaram a minha vida? Isso não. É até covardia, um ultraje, uma afronta ao meu passado. Então deixa assim, enquanto o presente recomeça a cada segundo, vamos ver quem é que aparece da próxima vez...



Ouça em alto e bom som: Wallflowers - How good it can get

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